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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

Um verdadeiro paraíso de plantas

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"[...]. Havia uma paz gloriosa ao remarmos pelo rio em direção à ilha, que demonstrou ser um verdadeiro paraíso de plantas. Na ilha encontrei uma orquídea Cataseum saccatum admirável. Acima das árvores nodosas, semelhantes a goiabeiras, e que certamente pertenciam à família Myrtaceae, havia raízes prateadas aglomeradas, além de grandes bulbos de orquídeas, algumas até com flores secas femininas". Margaret Mee (1909-1988). Flores da floresta amazônica : a arte botânica de Margaret Mee. 2. ed. 2010. p. 26. Orquídea. Catasetum saccatum.  Lindenia - iconographie des orchidées. v. 6, t. 269, 1890.  www.plantillustrations.org

Um bonito cenário tropical

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"Como a manhã está muito clara, as massas de vegetação destacam-se em vários planos e há um quê de cenário teatral nesses amplos panos de verdura e bambolinas muito verdes recortadas sobre o azul do céu. Numa delas, pousa imóvel um maguari. Por todos os lados, surgem fustes de palmeiras. São inajás portentosas, bosquetes de jauaris, esguias urucuris, marajás, tucumãs, patauás... Aqui e ali, acairelando as ilhas, uma ou outra ponta de areia branca ou atijolada, onde se esgalham araçazeiros em flor, e, depois, araparis e, também, tortuosas mongubeiras. O arapari foi uma das minhas surpresas da Amazônia. Ainda que o houvesse descrito sem margem a retificações, sempre o acreditei de porte arbustivo, quando agora venho encontrar uma verdadeira árvore, com alguns metros de altura, e dando até boa madeira para canoas. Não se faz preciso muito tempo para que conheçamos a primeira corredeira. Vão-se à água os nossos homens, não só para que se alivie o peso à embarcação, como no intu

Tajá: uma planta interessante

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"A etnobotânica tem, entre os inúmeros vegetais ligados às crenças, superstições e usos dos indígenas e dos caboclos da Amazônia, os Tajás. Conhecidos, entre os civilizados, pelas denominações de tinhorão e caládios, foram eles batizados, consoante a botânica indígena pelo nome de Tajá. Segundo E. Stradelli: Taiá " é nome comum a muitas plantas que se distinguem pelas largas folhas, formando toiça, muitas vezes elegante e caprichosamente manchadas, do gênero Caladium e afins." O mesmo autor enumera as seguintes espécies de Tajá: Taiá-embá - é uma espécie que toma a forma de tajá sem sê-lo como aliás diz o nome - não tajá. Taiá-peua, tajambeba, tajápeba - tajá de raiz chata. Taiá-pinima - tajá-pintado Tajá-piranga - tajá-vermelho, tajá-pintado de vermelho. É entre estes que, parece, estão as espécies mais venenosas. É um tajá de largas manchas vermelhas, cor de sangue, de cujas raízes os indígenas do Uaupés extraem o veneno que propinam às mulheres conden

Mudança de paisagem

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"[...]. A mudança do nosso ambiente também se fazia notar, entre outras, na própria vegetação, que tanto mais tomava outras formas, quanto mais seguíamos para oeste. Com isso, igualmente se modificava a feição da paisagem: as árvores pareciam mais baixas, de galhos menos extensos, com as copas, portanto, mais estreitas; eram mais raros os cipós; particularmente abundava uma palmeira, a paxiúba barriguda, cujo tronco alto de 40 e tantos pés se engrossa no meio, a modo de tonel, de sorte que essa parte costuma em geral ser cavada pelos índios para suas igaras. Na própria mata, encontramos pequenas palmeiras ubins, e, aqui e ali, brotadas nas rochas, seivosas moitas da trepadeira arum, e particularmente do cipó timbó [...], gênero de plantas que se tornou conhecido primeiro no Peru. Ademais, parecia esta mata agora bastante desabitada de animais; só se viam macacos de muitas espécies, mutuns fugiam, erguendo-se nas moitas, e algumas grandes araras azuis grasnavam no topo das palmei