A espinhosa "jacitara"


"Em alguns lugares, pequenos igarapés, ou riachos florestais, são quase inteiramente tomados por várias gramíneas trepadeiras e plantas rasteiras, entre as quais a "jacitara" ocupa um lugar proeminente e é a montante destes riachos que os índios frequentemente se deleitam em fixar residência. Em tais casos, eles nunca cortam inteiramente um ramo, mas passam e repassam diariamente em pequenas canoas que se insinuam como serpentes entre a emaranhada massa de vegetação espinhosa. Estão, portanto, quase seguros contra as incursões dos negociantes brancos, que frequentemente os atacam em seus refúgios mais distantes, levam fogo e espada para dentro de suas pacíficas casas e tornam cativos as esposas e filhos. Mas poucos homens brancos conseguem penetrar por muitos quilômetros ao longo de um pequeno e tortuoso riacho como o aqui descrito, onde não é encontrado nenhum galho quebrado ou ramo cortado que revele que algum ser humano já tenha alguma vez passado. Portanto, a espinhosa "jacitara" de fato ajuda a defender a independência do índio selvagem nas profundezas das florestas que ele adora". Alfred Russel Wallace (1823-1913). Palmeiras da Amazônia e seus usos. 2014 p. 101.


Desmoncus sp.
 Carl Fr. von Martius. Historia Naturalis Palmarum 1823-1850

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