Ilhas flutuantes


"Ilhas flutuantes são, antes, jangadas formadas pelo enlaçamento de uma grande quantidade de plantas aquáticas flutuantes que, na época da cheia, são arrancadas, pelo vento, das enseadas dos lagos e das margens dos rios onde elas cresceram, ou se acham encostadas, e, tomando o fio da água, vão descendo o Amazonas.
Estas jangadas que atingem às vezes grandes dimensões, mas pouco emergem à flor d´água, são colhidas, de passagem, pelos galhos de alguma árvore caída no rio com um barranco e também arrastado pela correnteza; são os vultos destas confusas associações vegetais, assim reforçadas e alteadas, que parecem mesmo, ao longe, pequenas ilhas  deslizando água abaixo, uma atrás da outra, em fileira interminável.
A canarana rasteira (Paspalum repens Berg.), ou Pirimembeca, a Canarana de folha miúda (Panicum amplexicaule Rudge), são as ervas que formam a maior parte das ilhas flutuantes, quase sempre orladas por largas folhas de mururé orelha de veado, ou aguapé (Eichhornia azurea Kunth), cujas curtas hastes bolbosas constituem excelentes flutuadores". Paul Le Cointe (1870-1956). O Estado do Pará: a terra, a água e o ar. 1945. p. 222.



Eichhornia azurea e Nymphaea odorata sulfurea.
Revue horticole, 1890.
Biodiversity Heritage Library

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